Intervenção de Heloísa Apolónia, Mandatária Nacional 

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Quero, em primeiro lugar, expressar publicamente o meu agradecimento pelo convite que me foi dirigido para ser mandatária nacional da candidatura do João Ferreira a Presidente da República. Agradeço o voto de confiança e foi, obviamente, com muita honra que dei uma resposta positiva.

Ser mandatária desta candidatura não é apenas assumir a responsabilidade de tratar os seus aspetos processuais e formais. Ser mandatária é estar no terreno, em contacto com as populações, contribuir para transmitir os valores que definem a candidatura do João Ferreira, e os seus traços distintivos. Serei, portanto, com a maior honra uma voz ativa desta candidatura. E a principal razão por que o faço é, não apenas pelo grande apreço e reconhecimento da imensa competência que o João Ferreira tem demonstrado nas funções públicas que tem exercido, mas porque o país precisa dele. Afirmo com convicção que o país precisa do João Ferreira, por diversas razões!

Atravessamos uma situação sem precedentes, causada pela pandemia da Covid-19, que tem vindo a demonstrar, ainda mais, a fragilidade do nosso Serviço Nacional de Saúde para dar as respostas necessárias aos cidadãos. É preciso dizer que o João Ferreira tem sido, de há muitos anos a esta parte, uma voz de denúncia do subfinanciamento crónico do SNS, do encerramento de valências e de unidades de saúde e da não contratação de profissionais em número aceitável para o SNS.  A lucidez de quem não acordou agora para essa questão, leva à verdadeira compreensão de que o país paga caro por estas opções políticas erradas e que precisamos de um SNS forte, com profissionais em número suficiente e respeitados nas suas condições de trabalho.

Mais, está-se a acrescentar a esta crise de saúde pública uma crise económica e social muito complicada. Muito complicada, mesmo! Há micro, pequenas e médias empresas que se estão a afundar há meses e meses e que podem culminar com milhares e milhares de pessoas no desemprego, porque não conseguem sobreviver ao encerramento intermitente ou continuado que lhes é ditado. O setor da restauração é bem exemplo disso. Os níveis de desemprego que podem vir a ser atingidos são desesperantes para inúmeras famílias. A verdade é que, ao contrário daquilo que afirmou o atual Presidente da República, não estamos todos no mesmo barco, porque nem todos são afetados da mesma forma, e os mais frágeis na sua condição social são os que sofrem diretamente esta crise económica e social e ficarão ainda mais vulneráveis. O país precisa de alguém na Presidência da República que tenha uma fortíssima sensibilidade social, que tenha profunda consciência das desigualdades que esta situação vem evidenciar e agravar, e que esteja empenhado em contribuir para uma política económica e social justa e eficaz. O João Ferreira é o candidato com essa inesgotável sensibilidade social, com essa imensa consciência social, é o candidato que defende que o país precisa de produzir para se sustentar, que o país e os seus setores de atividade não podem parar.

Os profissionais da cultura são outros que foram e estão a ser verdadeiramente massacrados com a situação que hoje se vive. A cultura, sempre desvalorizada por políticas que secundarizam a criação artística, a fruição das artes. Para além disso, importa não esquecer que o setor da cultura dá emprego a uma imensidão de profissionais. Na Festa do Avante, ouvi, com emoção, muitos artistas a agradecer, por si e por todos os técnicos, a oportunidade de lhes darem um dos únicos trabalhos que tinham conseguido desde março. A Festa foi a prova de que se pode usufruir da cultura, nas suas múltiplas e variadas vertentes, com atitudes responsáveis de cidadãos e um grande empenho da organização. O João Ferreira é o candidato que tem coerentemente estado com este setor da cultura, a reclamar pela sua dinâmica e por um financiamento justo que promova as artes no país.

A candidatura do João Ferreira é a de todos aqueles que lutam contra o fabrico intensivo da pobreza, é a de todos aqueles que não encontram justiça na injusta repartição da riqueza, é a de todos aqueles que pedem dignidade para um povo inteiro, é a de todos aqueles que lutam pela igualdade plena e pela erradicação das discriminações. 

Uma justa palavra especial para as mulheres: às mulheres, em geral as maiores vítimas de risco de pobreza, da precariedade laboral, do desemprego e dos baixos salários, geralmente aquelas a quem é, ainda, pedido mais tempo e esforço no acompanhamento familiar e nas tarefas domésticas, às mulheres que, apesar de tudo, não abdicam de lutar pela igualdade de direitos, saibam que encontram nesta candidatura do João Ferreira a expressão da solidariedade e da coragem de exigir os direitos mais justos para quem mais precisa, como demonstrou ao lado das muitas trabalhadoras que lutaram pela manutenção dos seus postos de trabalho neste país.

A candidatura do João Ferreira é aquela de todos os que se revêm na importância e na determinação na luta contra o racismo, a xenofobia, a extrema-direita. Num momento em que alguns dão a mão a projetos que exacerbam as ideias da intolerância, é sobremaneira importante valorizar a candidatura da solidariedade, da igualdade, da liberdade.

É importante que os homens e as mulheres que se revêm nesta postura e nestes valores, se juntem ao candidato a Presidente da República, João Ferreira, independentemente daquelas que tenham sido as suas opções de voto noutras eleições. É importante que os valores desta candidatura, traduzidos num imenso e prolongado Abril, ganhem força no momento em que são tão necessários. 

Deixei propositadamente para o fim, uma das muitas razões que me levam, sem hesitações, a estar ao lado do João Ferreira. O João para além da enorme consciência social, alia a essa dimensão uma profunda consciência ambiental. Isso é visível, não apenas a partir da sua formação académica, mas também a partir da sua intervenção política. E Portugal precisa dessa aliança entre a dimensão social e a dimensão ambiental para nortear o rumo político do país, tomando como objetivo a promoção de um desenvolvimento com sustentabilidade. 

Não podemos descurar na preservação dos ecossistemas que geram funções importantes para as sociedades humanas, com o fornecimento de alimentos, a regulação climática, entre tantos outros. Não podemos permitir o esbanjamento de recursos naturais e a saturação do suporte desses recursos, para servir as produções superintensivas. Não podemos permitir a manutenção de fontes de poluição que afetam sobremaneira a qualidade de vida das populações e os mais diversos habitats. Não podemos desvincular-nos da importância de produzir local e consumir local para o combate às alterações climáticas e como forma de reduzirmos a nossa pegada ecológica. Não podemos deixar de apostar numa boa rede de transportes públicos, que sirva o direito à mobilidade dos cidadãos, que promova a redução efetiva de gases com efeito de estufa, que promova a coesão do território. A vulnerabilidade das sociedades também se cimenta quando se descuidam as políticas ambientais e se desvaloriza a importância de medidas ambientalmente sustentáveis. O João Ferreira tem a consciência da importância da dimensão ambiental num processo de desenvolvimento e, por isso, é uma candidatura que merece o reconhecimento de todos os ecologistas e o apoio de todos aqueles que querem fazer parte de um processo de transformação que preserve o Planeta em que vivemos.

O caminho para construir justiça social e ambiental encontrou sempre muitos obstáculos. Mas há sempre quem nunca desista e que esteja sempre presente e disponível para assumir as responsabilidades que se impõem – o João Ferreira protagoniza essa presença, essa perseverança, essa confiança. Essas são as pessoas que constroem a evolução das sociedades.

A nós, que estamos com o candidato a Presidente da República, João Ferreira, compete-nos tomar em mãos a expressão, no terreno, dos valores desta candidatura. Compete-nos demonstrar que neste país há esperança, para todos e para os jovens em particular, porque há aqueles que pela própria boca do João Ferreira «não se escondem, não desertam e não se rendem». Abril dá-nos força para continuar a lutar sempre pela democracia, verdadeiramente democrática, onde a liberdade e a igualdade sejam de todos e para todos.

O número de apoiantes ao candidato a Presidente da república, João Ferreira, já é muito expressivo, mas estamos a registar a cada momento mais e mais apoiantes, dos mais diversos setores, desde artistas, cientistas, dirigentes do movimento associativo, trabalhadores e dirigentes do movimento sindical, profissionais de saúde, docentes, desportistas, entre tantos outros, numa vontade determinada de dar voz e força a quem faz falta neste país. 

Esta candidatura vai alargar, vai crescer, vai ganhar uma imensa dinâmica, vai agregar cada vez mais pessoas. Para isso, todos são imprescindíveis no contacto direto com as populações, onde, evidentemente, garantiremos todas as medidas de segurança sanitária. Estaremos onde sempre estivemos – junto das populações a propor as medidas justas e necessárias para que este país avance. 

Ao João Ferreira uma palavra direta: conta connosco! Com responsabilidade, com garra e com determinação: João avança, com toda a confiança!