127º aniversário do nascimento de Maria Lamas

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Maria Lamas nasceu há 127 anos. Escritora, jornalista, resistente anti-fascista, foi Presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, quando este foi encerrado pela PIDE em 1947, e mais tarde Presidente honorária do Movimento Democrático de Mulheres. Numa intervenção realizada logo após a Revolução de Abril, Maria Lamas saudou todas as mulheres portuguesas, de todas as condições sociais mas, particularmente, as mulheres do povo, tendo em conta uma vida de sofrimento, a vida de sacrifício, a vida de privações e coragem ignoradas. 

Faço minhas as suas palavras, não obstante o tempo que as separa, tomando partido em defesa das mulheres do povo, que enfrentam dificuldades, desigualdades, discriminações por serem mulheres (dificuldades, desigualdades e discriminações que se agravaram no tempo em que vivemos, com a Covid 19): as trabalhadoras da indústria, do comércio e dos serviços, da saúde, da educação, da cultura e da investigação, mas igualmente as pequenas e médias empresárias e agricultoras. Saúdo a sua coragem no enfrentar das dificuldades de todos os dias; a sua determinação na exigência de serem valorizadas (as suas capacidades e saberes); de terem direito à progressão na profissão, com trabalho estável, à valorização dos salários e à eliminação das discriminações salariais, em função da maternidade.

Neste tempo incerto e inseguro, uma certeza tem de ganhar força, a de que é no exercício, pelas mulheres, dos seus direitos que se constrói a igualdade no trabalho, na família, na vida social e política, a igualdade como condição de justiça e progresso social para todos. 

A minha candidatura é a vossa candidatura, porque nela convergem todas as energias e vontades dos que estão conscientes de que as mulheres contam e são imprescindíveis no projecto de mudança de que o país precisa. Ao Presidente da República cabe respeitar e honrar na sua acção o exemplo de persistência, determinação e combatividade de Maria Lamas e de tantas mulheres anónimas que, como ela, nunca se conformaram nem desistiram do combate às desigualdades e discriminações.